Você já prestou atenção naquele silêncio entre o momento que parece que tudo para? Promove uma paz na alma, não é? Aquele momento de percepção em que os carros param de passar, que parece que podemos ouvir o vapor café quente; aquele momento entre o sussurro do vento lá fora com o loucura dos pensamentos aqui dentro. É, o barulho do silêncio.
O barulho romântico do silêncio é aquela pausa perfeita e mentirosa do tempo. O tempo não para, mas aquilo oferece gratuitamente a pausa. É o sentimento de se sentir, literalmente; de até estranhar por estar em silêncio; no silêncio. É vazio, é entre e é escolha também. Não apreciar a oportunidade da ação de estar quieto pode causar perda de sentido; sem “tido” a chance de escutar, enxergar, pensar; calar.
Para alguns pode ser ensurdecedor; para outros, libertador. Agraciador!
O silêncio é um mestre a ser seguido. Este, ensina e instiga as nossas profundezas sem falar nada. É um mistério entre tantos mistérios. É bonito demais. Bonito como um frio na barriga de expectativas, mas reais. O silêncio responde nosso presente porque de uma forma ou outra essa sensação te faz cair na humildade e respeito por si e pelo próximo.
O silêncio é individual; in–divi–dual. Vindo da minha própria neurose de entender as palavras: in- de estar; divi- de unidade; dual- de dois. Você está um, dividido entre tantos; uma unidade, na intensidade de mais de um. Através do outro, a união de silenciar; a arte de ser paciente, de respeitar. O silêncio, é uma troca e basta você saber o que há para oferecer; é dar voz a concentração; entender a mensagem; é da lágrima, o sorriso. O amor silencia, a dor retém. É o equilíbrio e pode ser descanso também.

Eu, Pamela.